A História dos Grandes Prêmios – Itália 1952

A Fórmula 1 rumou para Monza, onde o Grande Prêmio da Itália seria realizado no dia 7 de setembro. Para os italianos era a grande oportunidade de fazer uma festa grandiosa, tendo em vista a grande jornada que a Ferrari realizara naquele ano de 1952 e ter oportunidade de acompanhar de perto o seu novo campeão mundial Alberto Ascari que já havia sido coroado com a vitória no GP da Alemanha, realizado em 3 de agosto.

Alberto Ascari num dos estágios do GP da Itália: mais uma vitória no excelente ano dele e da Ferrari

Entre os inscritos, Ferrari e Maserati com força total

A Ferrari alinhou cinco do seu modelo 500 para André Simon, Giuseppe Farina, Alberto Ascari, Piero Taruffi e Luigi Villoresi. Outras cinco Ferrari foram alinhadas para equipes particulares, sendo três 500, uma 212 e outra 125.

A Gordini, que tinha sido uma das duas únicas a furar a trinca da Ferrari na temporada ao conseguir dois terceiros lugares nas duas primeiras corridas do ano – levou três T16 para Robert Manzon, Maurice Trintignant e Jean Behra. Um particular Simca-Gordini T15 foi alinhado para Johnny Claes.

Fechando o quadro da equipes principais, a Maserati se apresentava com oito carros no total: na equipe oficial, três A6GCM foram para Felice Bonetti, Franco Rol e Jose Froilan Gonzalez; na equipe Bandeirante outros três A6GCM ficaram a cargo do trio sul-americano formado pelos brasileiros Gino Bianco e Chico Landi e mais o argentino Eitel Cantoni. As outras duas Maserati 4CLT-48 ficaram para a equipe Enrico Platé dos pilotos Alberto Crespo e Toulo De Granfferied.

Ao todo foram 35 inscritos que contaram com um bom número de carros ingleses, com destaque para a Connaught – que alinhava três modelos A, sendo um deles para Stirling Moss que se desligara da HWM – e para a Cooper que contava com quatro modelos T20 (com Mike Hawthorn na equipe). A principal novidade vinha da Maserati, com o projetista Gioachino Colombo conseguindo modificações que deram aos A6GCM uma melhora de potência e, consequentemente, performance.

Apesar do desafio vindo da Maserati de Jose Froilan Gonzalez, mais uma vez Alberto Ascari no topo

Na classificação a Ferrari deu as cartas ao colocar três carros na primeira fila: Alberto Ascari cravou a pole – a terceira consecutiva e a quinta do ano – com Villoresi em segundo, Farina em terceiro e Trintignant em quarto com o Gordini. A segunda fila foi formado pela Maserati de Gonzalez, a Ferrari de Taruffi, o Gordini de Manzon e pela Ferrari de Simon. Chico Landi conseguiu a 18ª posição, enquanto que Gino Bianco ficou com a a 24ª e última posição do grid. Onze pilotos ficaram de fora do GP italiano, entre eles Peter Collins e Hans Stuck.

José Froilan Gonzalez fez uma bela largada ao pular de quinto para primeiro, sendo escoltado pela Ferrari de Ascari e pelo Gordini de Trintignant, por 36 voltas o piloto argentino esteve em grande forma, ao não deixar Ascari incomodá-lo na liderança.

Porém a estratégia de Gonzalez fora de largar com pouco combustível e tentar abrir o máximo de Alberto, mas isso acabou não sendo o suficiente quando chegou a 36ª passagem com apenas vinte segundos de vantagem sobre o italiano.

Para piorar, a sua parada de box não foi suficientemente boa e ele estava atrás das duas de Ascari e Villoresi – este último se recuperando da má largada que o jogara para o pelotão intermediário.

Porém a sua recuperação causou danos nos pneus do Ferrari, forçando a sua parada de box e voltando atrás de Gonzalez. Os Gordinis vinham bem até certo ponto com Behra chegando a ficar em segundo e Manzon em quarto, mas problemas mecânicos alijaram os dois carros franceses. Isso foi o suficiente para que Farina subisse para segundo, Gonzalez terceiro e Villoresi em quarto.

Froilan Gonzalez estava em grande forma ao desafiar as Ferrari naquela tarde: já estava no encalço de Farina na disputa pela segunda posição e na volta 46 superou o campeão de 1950. Rapidamente o argentino já estava virando os mesmos tempos de Ascari, que liderava com boa folga. Porém bateu certa preocupação nos lados da Maserati quando o carro de Gino Bianco – um A6GCM, o mesmo modelo usado pela equipe de fábrica – teve uma quebra de motor. Mas ainda seus carros oficiais estavam em ordem.

Mesmo com um ritmo forte, não foi o suficiente para que Gonzalez alcançasse Ascari que venceu o GP italiano – a sua sexta conquista no ano. Na terceira posição ficou Luigi Villoresi que recuperou o terceiro lugar sobre Farina já na parte final da corrida, aproveitando-se dos novos pneus. Farina foi o quarto e Bonetto o quinto, com uma volta de atraso para o vencedor.

A conquista de Ascari coroava uma temporada praticamente perfeita da Ferrari, que vencera sete dos oito GPs daquela temporada e abandonando apenas a Indy 500 por conta de um rolamento quebrado.
Apesar do grande domínio ferrarista, a aparição da Maserati era a algo a ser considerado para a temporada seguinte. Com uma melhora vistosa e retorno de Juan Manuel Fangio, eram os rivais ideais para bater de frente com o rolo compressor que havia se transformado a equipe de Enzo Ferrari. A temporada de 1953 prometia ser interessante.

Resultado Final
Grande Prêmio da Itália de 1952
Autódromo Nazionale Monza – 7 de Setembro – 80 voltas

Deixe uma Resposta