A História dos Grandes Prêmios – Suíça 1952

Antes de falar do GP da Suiça de 1952, temos que explicar o contexto daquele ano. isso porque a temporada de 52 da Fórmula 1 sofreu inúmeras mudanças em relação ao ano anterior. Começando pelo mais impactante, a Alfa Romeo, campeã com Farina e Fangio nos dois primeiros anos de existência do campeonato, saiu da categoria. Juntamente com os italianos, os franceses da Talbot-Lago encerraram seu projeto na F1. Assim, a Ferrari, única equipe que conseguira desafiar a Alfa, restou como única equipe de ponta. Os organizadores do  mundial não gostaram nada, temendo que as inscrições de pilotos e o interesse pelas corridas diminuíssem.

Dessa forma, resolveram mudar o regulamento técnico, que passou a ser o da Fórmula 2. Ou seja, nesse período (que durou até 1954), não houve corridas com carros de Fórmula 1, mesmo que o nome fosse esse. Por um lado, isso realmente trouxe outras equipes para o páreo, como Maserati, BRM e Cooper. Por outro, não adiantou muito do ponto de vista competitivo, já que a Ferrari dominou absurdamente esses dois anos.

Formação do grid

O GP da Suíça de 1952 aconteceu nos dias 17 e 18 de abril, no circuito temporário de Bremgarten. A prova consistiu de 62 voltas em torno do circuito de 7,2 km.

Pôster do GP da Suiça de 1952. (Fonte: STATSF1)

Com uma mudança política de grande escala de um ano para o outro, é claro que mudanças nos “lineups” das equipes acompanhariam. Na primeira corrida do ano de 1952, as duas principais estrelas da categoria não compareceram. Alberto Ascari estava nos EUA, para competir na Indy 500. Já Juan Manuel Fangio, defensor do título, simplesmente foi pego de surpresa pela decisão da Alfa Romeo. Agora sem lugar para correr, os britânicos da BRM ofereceram a ele um carro. Esse carro não seria levado para a Suíça, negando para o argentino a possibilidade de correr na abertura do ano.

A Ferrari correu com o modelo 500, antes preparado para a F2, mas agora pronto para dominar a nova F1. Além disso, a grande novidade na scuderia era a chegada do campeão de 50, Guiseppe Farina. O italiano estava descontente já a algum tempo com a Alfa Romeo, então a mudança foi natural. Outra troca foi a de Jose Froilan Gonzalez, responsável pela primeira vitória da equipe na F1. O argentino decidiu acompanhar o amigo e mentor, Fangio. Por fim, a scuderia ganhou um novo diretor em 52: Nello Ugolini, velho conhecido do comendador. Assim, os pilotos de Enzo Ferrari na Suíça foram: Farina, Piero Taruffi e (de última hora) Andre Simon. Outros correram com Ferraris privadas: Rudolf Fischer, Louis Rosier e Peter Hirt.

O restante do grid era formado por carros de sete outras fabricantes. Os quatro carros equipados com motores Gordini foram guiados por Robert Manzon, Jean Behra, Príncipe Bira e Max de Terra. As duas Maseratis tinham Emmanuel de Graffenried e Harry Schell aos volantes. Já a HWM, time britânico, alinhou um bom quarteto: Peter Collins (em sua corrida de estreia), George Abecassis, Stirling Moss e Lance Macklin. A Cooper tinha Alan Brown e Eric Brandon. Por fim, três pilotos solitários: Ken Wharton (Frasher Nash Bristol), Hans Stuck (AFM Künchen) e Toni Ulmen (Veritas).

Sem surpresa, o cavalo passeia

Na classificação, os dois titulares da Ferrari voaram. Farina conquistou sua terceira pole, com uma marca de 2min47seg5. Três segundos mais lento, Taruffi conquistou a segunda posição na largada. Em terceiro, se enfiando entre as Ferraris, ficou Robert Manzon. Em seguida, largaram, em ordem, Simon, Fischer, Collins e Behra. Vale destacar que as marcas de tempo caíram bastante em relação aos anos anteriores, pela diferença técnica dos monopostos daquele ano.

Na largada, Farina despontou e consolidou sua liderança prontamente, com Taruffi de escudeiro. Logo começaram os abandonos,com De Terra encostando já na primeira volta; Rosier escapando com vida de uma forte pancada na volta 2; e duas equipes alemãs, Veritas e AFM ficando para trás na 4. Mas provavelmente nenhum foi tão frustrante como o de Moss, que estourou o motor no quarto giro. O britânico havia conseguido escalar o pelotão, chegando até à terceira colocação.

O terceiro agora era Behra, saindo da sétima posição, com um ritmo forte em seu Simca Gordini novo. Enquanto isso, Farina, aproveitando sua confortável liderança, teve problemas e teve que retornar para os boxes a pé. Simon foi chamado para ceder o carro ao campeão. Assim, a ponta caiu no colo de Taruffi, que a manteria durante todo o restante da prova. Farina disputou até a volta 51, quando teve que abandonar de vez. Fischer havia conseguido passar Behra na volta 44, e com o DNF de Farina, pularam para o pódio. Para se ter uma ideia do ritmo da Ferrari de Taruffi, ele deu uma volta em todos os pilotos, com exceção de Fischer.

Resultado do Grande Prêmio da Suíça de 1952

Começando a temporada com uma dobradinha, a Ferrari colocou Taruffi na liderança do campeonato, com 9 pontos. Em segundo, o companheiro dele, Fischer com 6 pontos. Pelo pódio, Behra conquistou 4 pontos e estava em terceiro na tabela.

Reprodução: formula1.com

 

Deixe uma Resposta