Atualização da Honda foi inspirada em motor de avião a jato

Novidade na Red Bull e na Toro Rosso melhora rendimento do turbo e do componente MGU-H de recuperação de energia cinética.

A mais recente atualização do motor Honda na Fórmula 1 foi inspirada na experiência técnica do programa de motores de avião a jato da empresa japonesa, o que facilitou etapas significativas do desenvolvimento tecnológico da nova unidade de potência da Red Bull.

O motor “Spec 3” apresentado no GP da França apresentou melhorias principalmente em torno do turbo e do motor de combustão interna. O pessoal de pesquisa e desenvolvimento da Honda na F1 tem trabalhado com seus colegas de motores a jato há dois anos, e essa colaboração abriu o caminho para um grande avanço com a confiabilidade do MGU-H (componente de recuperação de energia cinética) da Honda no terceira versão do motor.

“O motor a jato é completamente diferente”, disse o diretor técnico da Honda F1, Toyoharu Tanabe, ao site especializado Motorsport.com. “Mas o turbocompressor e o MGU-H usados na F1 são como a turbina do motor a jato. Usam a rotação de alta velocidade e é preciso um design aerodinâmico para a turbina. Eu acho que há muita tecnologia em comum”.

Exemplar de um motor à jato fabricado pela Honda, teria dado algumas soluções para melhorar o propulsor japonês como um todo.

“Se você está trabalhando apenas para a F1, naturalmente seu foco será restrito a este mundo”, disse Masashi Yamamoto, outro diretor da Honda F1. “Mas nós podemos ter um ponto de vista diferente em outras áreas, com outras pessoas, que trazem seus conselhos. Desta vez foi a área de aerodinâmica da turbina. Esse novo ponto de vista nos dá a essência de algumas melhorias”.

RELEVÂNCIA PARA A FÓRMULA 1

O propulsor que serviu de inspiração para fornecer melhorias a unidade de potência de Fórmula 1 da Honda, foi o HF120.

O motor HF120 impulsiona o premiado HA-420 HondaJet e serviu como inspiração para a Honda F1. O avião a jato executivo tem seis lugares e opera em condições intensas em altas altitudes. Ele é composto por duas turbinas. Já a unidade V6 turbo-híbrida contemporâneo da F1 apresenta um turbocompressor e um MGU-H que podem girar a até 125.000 rotações por minuto.

Depois de problemas de confiabilidade nas temporadas anteriores, a Honda já conseguiu resultados no esforço para colocar ambos os componentes para operar com alta intensidade sem tantas quebras como na época de Fernando Alonso na McLaren.

Além da questão da confiabilidade, uma deficiência afeta o desempenho geral do motor e limita a qualidade de sua recuperação de energia. O requisito básico de um turbo é tornar o processo de combustão do motor mais eficiente, comprimindo o ar antes que ele entre na câmara de combustão, o que aumenta a quantidade de oxigênio sendo empurrada e significa que mais combustível tenha combustão completa.

Ao passo que isso é uma interação vital para o desempenho do V6 tradicional, o turbo também tem uma relação de interdependência crucial com o MGU-H na F1. O componente converte o calor dos gases de exaustão em energia elétrica, que alimenta o MGU-K e pode ser armazenada – e, ao contrário do MGU-K, não há limitação de quanta energia elétrica é recuperada por volta durante uma corrida.

Tudo isso é fundamental para o desempenho do sistema de recuperação de energia do motor, que contribui com 20% da potência total. Além disso, o MGU-H também funciona para controlar a velocidade do turbo. Isso significa que ele pode girar o turbo imediatamente no acelerador, o que implica numa compressão de ar mais rápida e na eliminação do atraso normal de um motor turbo. Este é um elemento importante no desempenho do motor.

IMPORTÂNCIA GERAL PARA A EQUIPE RED BULL

Embora a unidade motriz japonesa sempre seja preparada com atualizações visando melhorias de desempenho, Red Bull e Honda porém, admitem que outros tipos de avanços técnicos são necessários para tentar superar a Mercedes.

A Red Bull e a Honda admitiram que outras melhorias são necessárias para desafiar a Mercedes em vitórias e títulos na Fórmula 1. Mas, ao introduzir seu motor Spec 3 para a oitava corrida da temporada, existe a possibilidade de um maior desenvolvimento neste ano, mesmo que isso signifique penalidades no grid de largada.

Tanabe disse que a introdução do novo motor, feita antes ao período normal, foi “meio que conforme o planejado”, mas também influenciada pela natureza de “longo prazo” da colaboração com a equipe de pesquisa e desenvolvimento de motores a jato. “Decidimos no lado da Honda que estávamos prontos, discutimos com as equipes qual seria o melhor timing e decidimos aplicá-lo [na França]”.

A Honda já havia descrito que o novo motor não desencadearia uma melhora dramática de desempenho, mesmo que o teste de dinamômetro tenha registrado um pequeno aumento de potência. No entanto, ficou satisfeita com a confiabilidade e calibração de seu motor atualizado na França, e isso deve dar-lhe a plataforma para pressionar por mais potência com atualizações subsequentes.

“Se você tem um turbocompressor de alta eficiência, pode compartilhar esse benefício com o lado da MGU-H”, disse Tanabe. “Especialmente neste desenvolvimento da Spec 3, temos um turbocompressor de alta eficiência, então, podemos otimizar o balanço total de desempenho do mecanismo. Você pode obter energia mais eficiente do turbocompressor e podemos compartilhá-lo em todo o motor em termos de gerenciamento de energia”.

Fonte Motorsport

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