Circuitos: Bahrein
Primeiro circuito a receber uma corrida de F1 no Oriente Médio, Bahrein se prepara para bater recorde.
Ficha técnica
Nome do circuito: Bahrain International Circuit
Traçado GP (GP Bahrein) Circuito Externo (GP Sakhir)
Comprimento da pista: 5,412 km 3,543 km
Número de voltas: 57 87
Distância total: 308,238 km 307,995 km
Recorde da pista: 1:31.447,Pedro de la Rosa (2005) sem recorde marcado
Primeira corrida na F1: 2004 2020
A história do circuito começou com o Príncipe Sheikh Salman bin Hamad Khalifa, um grande entusiasta de automobilismo, que também fazia parte do Bahrain Motor Federation. A paixão pela velocidade fez com que o Príncipe passasse a ter como objetivo, trazer a F1 para o reino. Para isso, era preciso ter uma pista e com o apoio de empresas e do governo, o projeto recebeu a luz verde.
Para desenhar o traçado, foi chamado o designer de circuitos Hermann Tilke e a construção do nova pista começou em dezembro de 2002, visando já receber sua primeira corrida em 2004, a primeira a ser realizada no Oriente Médio.
Com cinco tipos de traçados disponíveis, além de uma pista de Drag Racing, o que começou a ser usado na F1 foi o traçado Grand Prix, que tinha longas retas, que eram ligadas por trechos de média e alta velocidade.
O asfalto foi importado da Inglaterra, já que era mais aderente. Mas o problema está na localização do circuito. Construído no meio do deserto, a areia acaba invadindo o circuito, sujando a pista e diminuindo a aderência, sendo comum a pista ser varrida durante as sessões. Além disso, tempestades de areia são comuns na região, chegando a atrapalhar alguns treinos durante os anos. Uma história muito difundida conta que, para a corrida inicial, uma cola especial foi usada para manter a areia no lugar. O próprio circuito, no entanto, desmentiu a história.
Quando a F1 chegou para disputar sua primeira corrida, em 2004, o circuito ainda não estava completamente pronto. Os organizadores ainda tentaram adiar por mais um ano, mas no final, a corrida acabou acontecendo. No dia 04 de abril de 2004, Michael Schumacher dominou o fim de semana, fazendo a pole, vencendo a corrida e fazendo a melhor volta. Depois do acidente sofrido pelo piloto alemão em 2013, enquanto esquiava com sua família, a curva 1 passou a se chamar Curva Michael Schumacher, a única que tem nome ao invés de número.
O piloto alemão fez a volta mais rápida do circuito, com 1:30.252, mas para a corrida de 2005, foi feita uma pequena alteração na curva 4, o que acabou contando como um novo traçado, dando a Pedro de la Rosa o recorde oficial.
Das cinco opções de traçado, a F1 usou a Grand Prix até 2009, quando passou a usar a variação chamada Endurance, que tem 6,299 km de extensão. Mas essa mudança não agradou e o traçado só foi usado em 2010.
Em 2011, a corrida deveria abrir o calendário, mas por conta de protestos contra o governo, a corrida foi remarcada para o final da temporada. Mesmo assim, equipes e diretores questionaram a segurança de se fazer uma corrida enquanto o país enfrentava conflitos violentos e se encontrava em estado de emergência. A corrida acabou sendo cancelada, mas voltou ao calendário para a temporada de 2012, usando o traçado Grand Prix, de 5,412 km.
Em 2014, para comemorar 10 anos do circuito, as corridas de F1 passaram a ser noturnas, com 495 postes e 5.000 luminárias garantindo a iluminação da pista.
Para 2020, precisando de circuitos para substituir pistas que não puderam receber corridas por conta da pandemia de Covid-19, Bahrein se prontificou a receber duas etapas, o já programado GP do Bahrein e o GP do Sakhir, nome da região em que o circuito está localizado. Para a etapa de Sakhir, o traçado que será utilizado será o externo, que tem 3,543 km é o segundo mais curto, perdendo por poucos metros para Mônaco.
Por ser mais curto, a expectativa é que os pilotos completem uma volta em torno de um minuto durante a corrida e para a pole, os tempos podem ficar na casa dos 55 segundos, batendo o recorde de pole mais rápida da F1, que atualmente pertence a Niki Lauda, que fez o tempo de 0m58s79 no circuito de Dijon, no GP da França de 1974. Nesse mesmo GP, Jody Scheckter fez a volta mais rápida em uma corrida, com 1m00s00, tempo que também corre o risco de ser batido.
Entre os vencedores, Sebastian Vettel é o que tem mais vitórias no circuito, com 4. E em duas dessas vitórias, em 2012 e 2013, o pódio foi idêntico, com o alemão tendo os dois pilotos da Lotus, Kimi Raikkonen e Romain Grosjean, ao seu lado. Raikkonen é, ao lado de Hamilton, o piloto com mais pódios no circuito, com 8.
Mas Lewis Hamilton pode igualar a marca de Vettel, já que o heptacampeão já venceu 3 vezes, mesmo número de vitórias de Fernando Alonso. E a posição de largada pode ser fundamental para o sucesso na corrida. Das 15 corridas disputadas até agora, em seis delas, o pole position venceu a corrida. Nas outras nove, o vencedor não largou abaixo da 4ª colocação. Entre os brasileiros, o único que venceu no circuito foi Felipe Massa, saindo vitorioso em 2007 e 2008. Já Rubens Barrichello só conseguiu um pódio, chegando em segundo lugar na corrida inaugural.
Uma curiosidade da celebração no pódio é que, seguindo costumes locais, bebidas alcoólicas não podem ser servidas e todos os logos e marcas de bebidas alcoólicas tem que ser ocultados para a corrida. O que é oferecido aos pilotos no lugar do champanhe tradicional, é uma bebida chamada Waard, uma mistura de água de rosas, suco de romã local e água com gás. Os ingredientes são misturados e engarrafados localmente e a bebida é oferecida aos pilotos no pódio em uma garrafa estilizada.