Circuitos: Barcelona-Catalunya
Palco também dos testes de pré-temporada, o circuito da Catalunya trouxe o glamour da F1 de volta à Barcelona.
Ficha técnica
Nome do circuito: Circuito de Barcelona-Catalunya
Comprimento da pista: 4,655 km
Número de voltas: 66
Distância total: 307,104 km
Recorde da pista: 1:18.441, Daniel Ricciardo (2018)
Primeira corrida na F1: 1991
A história do Circuito de Barcelona-Catalunya começou nos anos 1980. Em 1975, depois de uma trágica prova realizada no circuito de rua de Montjuïc, que acabou com a morte de 5 pessoas, a cidade de Barcelona perdeu seu lugar no calendário da F1. As corridas estavam sendo realizadas no circuito de Jerez de la Frontera, cidade ao sul da Espanha, mais de 1.000 km de distância de Barcelona, mas o governo da cidade queria trazer o glamour da F1 de volta para as terras catalãs e se aproveitou das obras para as Olimpíadas de 1992, para incluir a construção do circuito nos planos. O local escolhido ficava um pouco afastado da cidade, perto da cidade de Montmeló e em 1989, a construção do novo circuito começou. Depois de dois anos em obras, o circuito finalmente foi inaugurado, no dia 10 de setembro de 1991, recebendo uma etapa do campeonato espanhol de Touring Car, com Luís Pérez-Sala, que correu na F1 em 1988 e 1989, saindo como vencedor.
Duas semanas depois, foi a vez da F1 correr no novo circuito, com direito a uma corrida emocionante. Senna chegava em Barcelona com uma boa vantagem sobre Nigel Mansell no campeonato, mas a disputa do título ainda acessa. Para que Senna conquistasse seu terceiro título com antecedência, Mansell não poderia vencer a prova. Apesar de ter se machucado numa partida de futebol beneficente, Mansell conseguiu largar em segundo, à frente do piloto da McLaren. Depois de cair para o quarto lugar, Mansell começou a se recuperar e na disputa pelo segundo lugar, passou toda a reta lado a lado com Senna, levando a melhor no final. Depois de se aproveitar de erros na estratégia da McLaren, Mansell cruzou a linha de chegada para vencer a corrida, adiando o titulo do brasileiro para a próxima corrida.
No ano seguinte, foi a vez da MotoGP estrear a pista. E a inauguração veio junto com as Olimpíadas, disputadas na cidade em 1992. O circuito acabou servindo de ponto de largada e chegada para a prova de 100 km de ciclismo contrarrelógio.
Em 1994, vieram as primeiras mudanças, impulsionadas pelas mortes de Senna e Ratzenberger, já que com os acidentes, todas as pistas tiveram sua segurança reforçada. Em Barcelona, a reclamação dos pilotos era com a falta de área de escape da curva Nissan e uma chicane improvisada foi construída para a corrida de 1994. Para a etapa do ano seguinte, a chicane e a curva foram retiradas.
O circuito passaria por mais modificações em 2004, depois que pilotos de diversas categorias reclamaram da falta de pontos de ultrapassagem da pista, com a curva La Caixa sendo alterada para ficar mais fechada. Em 2007, mais uma mudança foi feita, já que era praticamente impossível se manter colado ao adversário ao chegar na reta principal. Foi criada uma chicane na penúltima curva para tentar criar um ponto de ultrapassagem. No final, a chicane serviu para desacelerar os carros e permitir essa aproximação.
Apesar dessas alterações feitas para a F1, a MotoGP continuou usando a pista construída para a categoria, sem fazer alterações durante os anos. A situação começou a mudar com o crescente aumento da velocidade das motos. Não tardou muito para um acidente mais sério acontecesse. Em 2016, Luis Salom treinava para a corrida da Moto2, quando perdeu o controle da moto e bateu na curva 12. Salom morreria em decorrências das lesões do acidente e as corridas de motociclismo passaram a usar o circuito da F1, buscando diminuir a velocidade, com apenas um chicane sendo adicionada, a pedido da FIM.
Na F1, o acidente mais grave aconteceu em 2008, quando Heikki Kovalainen teve uma falha na roda e perdeu o controle de sua McLaren. O piloto finlandês ainda conseguiu diminuir a velocidade para 130 km/h, mas se chocou com a barreira de proteção com um impacto de 27G, deixando seu carro enterrado entre os pneus. Apesar do carro destruído, o piloto escapou ileso.
Tendo um misto de curvas de alta e baixa, além de longas retas, o circuito da Catalunya passou a ser o local escolhido para os treinos de pré-temporada. Outro fator que foi favorável ao circuito foi o clima na cidade catalã, bem mais ameno do que em outros países da Europa. Uma das diferenças do circuito em relação aos demais vem de uma ideia copiada do circuito de Indianápolis, nos Estados Unidos. No final da reta principal, uma torre informa aos espectadores a ordem dos 10 primeiros colocados e o número de volta restantes.
Com relação aos vencedores, Michael Schumacher continua soberano, com seis vitórias. Lewis Hamilton, que venceu as três últimas edições, vem logo atrás, com 4. Já entre os espanhóis, quando venceu em 2006, Fernando Alonso se tornou o primeiro piloto a vencer em casa. O bicampeão, que voltará para a categoria em 2021, já subiu no pódio 7 vezes em Barcelona durante sua carreira, vencendo também a corrida em 2013.
Enquanto Alonso não retorna, as atenções se voltam para Carlos Sainz, o único piloto espanhol no grid, mas que até agora teve como melhor colocação um 6º lugar, em 2016. Nesse mesmo ano, o circuito viu Max Verstappen quebrar o recorde que pertencia a Sebastian Vettel e se tornar o piloto mais jovem a vencer uma corrida de F1, com 17 anos e 228 dias. Entre os brasileiros, Felipe Massa foi o único a vencer no circuito, fazendo a pole e a volta mais rápida na corrida de 2007.
Com o contrato com a F1 acabando em 2019, o circuito correu o risco de não receber mais o GP da Espanha. Um acordo garantiu a corrida para 2020, mas o circuito ainda aguarda a negociação para os anos seguintes, já que a entrada de novos circuitos no calendário, como Zandvoort e Hanói ameaçam a continuidade da corrida espanhola.