Circuitos: Red Bull Ring

Conheça o circuito austríaco que irá abrir a temporada de 2020.

Ficha técnica:

Nome do circuito: Red Bull Ring

Comprimento da pista: 4.318 km

Número de curvas: 10

Número de voltas: 71

Distância total: 306.58 km

Recorde da pista: 1:06.957 Kimi Räikkönen (2018)

Primeira corrida na F1: 1970

 

O circuito Red Bull Ring, localizado na cidade de Spielberg, na Áustria tem uma longa tradição na F1. Em 2020, irá receber a rodada dupla de abertura do campeonato e com isso, se tornará o 9º no ranking dos circuitos que mais abrigam corridas da categoria, dentre os 73 que já sediaram ou estão programados para sediar ao menos um grande prêmio, com 33 corridas em 70 anos da categoria. Mas apesar dessa tradição, a história desse circuito com a F1 sempre foi conturbada.

A história começa com a inauguração do circuito de Österreichring, em 1969, em substituição ao circuito de Zeltweg, que ficava em um aeródromo militar na região vizinha. Zeltweg recebeu apenas uma corrida oficial de F1 e seu traçado era odiado pelos pilotos por não oferecer muitos desafios, já que consistia praticamente de duas retas longas e por ser muito ondulado, o que favorecia a quebra da suspensão.

No dia 16 de agosto de 1970, o novo circuito recebeu sua primeira corrida de F1, tendo Jacky Ickx, pilotando uma Ferrari, como vencedor. O piloto da casa, Jochen Rindt, fez a pole position, mas abandonou a prova depois de 22 voltas. Rindt morreria algumas semanas depois, nos treinos para o GP da Itália. Mesmo com sua morte, Rindt ainda se sagrou campeão naquele ano e a curva 9 foi nomeada em sua homenagem.

 

Jacky Ickx, vencedor da primeira corrida disputada em Österreichring, em 1970.

 

O traçado de Österreichring tinha 5.911km e suas 16 curvas de alta velocidade eram feitas com a 3ª ou 4ª marcha. Mas a alta velocidade também trazia riscos e os acidentes logo começaram a aparecer. Em 1975, durante o aquecimento para a corrida, Mark Donohue perdeu o controle de seu carro, que foi jogado contra um alambrado, fazendo com que os detritos voassem, acertando um fiscal que morreu no local. O próprio Donohue foi internado um dia depois do acidente com uma hemorragia cerebral, possivelmente após atingir um dos postes do alambrado, falecendo logo em seguida. Por causa do acidente, uma chicane foi adicionada ao traçado, aumentando o tamanho da pista para 5.941km e 18 curvas. 

 

Primeiro traçado de Österreichring.

Chicane adicionada em 1977.

 

 

 

 

 

 

 

O perigo continuou presente e nos treinos para a corrida de 1987, a McLaren de Stefan Johansson colidiu com um veado que invadiu a pista. Para piorar, várias batidas durante a corrida fizeram com que a FIA parasse de realizar suas corridas no circuito. Mesmo com as mudanças feitas, a FIA não voltou atrás em sua decisão. Restou ao circuito abrigar outras categorias, mas com acidentes graves ainda acontecendo, era preciso uma mudança maior. E ela veio através do investimento de em empresa de telecomunicação, que renomeou o circuito para A1, em 1996. Mas essa readequação acabou diminuindo o tamanho da pista para 4.326km e apenas 10 curvas, com a possibilidade da pista ser dividida em duas menores. 

Red Bull Ring atualmente. Nova medição em 2017 alterou o tamanho da pista para 4.318km, que ainda pode ser dividida em duas pistas menores.

A F1 voltou para a Áustria em 1997, com Jacques Villeneuve fazendo a pole, volta mais rápida e vencendo a corrida a bordo da Williams. Mas a falta de público fez com que os organizadores entregassem a gestão do circuito para as autoridades locais. Aliada a uma legislação antitabagista imposta pelo governo austríaco, o país ficou novamente sem corridas, sendo a vitória de Michael Schumacher em 2003, a última no circuito antes do hiato de mais de 10 anos que se seguiu. 

Comprado por Dietrich Mateschitz, um dos fundadores e dono da Red Bull, o circuito passou por uma reestruturação, que incluía uma mudança na pista e a construção de museus e hotéis. A construção, no entanto, foi interrompida pelas autoridades e só conseguiu ser retomada anos mais tarde, devido ao massivo investimento da Red Bull na região.

 

Touro da Red Bull enfeita o circuito. Escultura emblemática, que tem 15 metros de altura, levou 1 ano e meio para ser construída e pesa 68 toneladas.

Apesar de ter sido relançado em 2011, sob o nome de Red Bull Ring, o novo circuito só recebeu uma corrida de F1 em 2014, com a vitória de Nico Rosberg, da Mercedes, que repetiu o feito no ano seguinte. Apesar de ser a casa da Red Bull, a equipe só conseguiu quebrar a hegemonia de vitórias da Mercedes em 2018, com Max Verstappen. O piloto holandês voltou a ganhar em 2019, sendo a primeira vitória de uma equipe com o motor Honda desde 2006. Em 2020, Verstappen será o único piloto a ter a chance de superar o recorde de Alain Prost, que com 3 vitórias, é o piloto que mais subiu no degrau mais alto do pódio neste circuito. Lewis Hamilton e Valtteri Bottas, com uma vitória cada, terão apenas a chance de igualar o feito. Mas o piloto da equipe da casa enfrenta uma difícil estatística: a diversidade de vencedores. Das 31 corridas realizadas até 2019, 23 pilotos diferentes de sagraram vencedores, sendo Emerson Fittipaldi o único brasileiro a vencer no circuito, em 1972. A Áustria também teve seu vencedor, com Niki Lauda faturando a corrida em 1984. Depois de sua morte, em 2019, a curva 1 do circuito passará a se chamar Niki Lauda Kurve em sua homenagem.

 

Emerson Fittipaldi perseguindo o carro de Jackie Stewart, durante a corrida em 1972. Foi a única vitória de um brasileiro no circuito.

Niki Lauda, no pódio em sua única vitória em casa, com Nelson Piquet ao seu lado. O brasileiro fez 3 poles no circuito, mas nunca venceu.

 

 

 

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