Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Nas Ladeiras do Pacaembu-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres.
O Brasil é um país com uma história marcante na F1 . Títulos com Emerson, Nelson e Ayrton, vitórias com Rubens e Felipe e José Carlos Pace. José Carlos Pace , talvez seja o menos conhecido dos vencedores . Entretanto , hoje vamos contar esta história muito bacana que é um exemplo de luta e amor pelo esporte , mas acima de tudo de muita coerência.
Pilotos – <script data-ad-client=”ca-pub-5705801988735671″ async src=”https://pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js”></script>José Carlos Pace – Grandes Mestres
José Carlos Pace era filho de Ângelo e de Dona Amélia. Seu Ângelo era um imigrante italiano, que ao chegar ao Brasil iniciou suas atividades em um moinho , escalou posições chegando a gerente e trocou o Rio grande do Sul por São Paulo onde conheceu Dona Amélia. São Paulo , depois montou duas tecelagens. A Andes e a Abaeté. A prosperidade faz com que a família deixasse o bairro do Belém. O destino era o Pacaembu. Ir para este bairro paulistano faz com que José Carlos conheça uns irmãos que todo mundo que curte velocidade gostaria de conhecer . Wilsinho e Emerson Fittipaldi com quem corria de carrinho de rolimã nas ladeiras do bairro do Pacaembu.
Contudo, apesar de ser um bom aluno e viver como um jovem normal, José Carlos Pace já havia traçado seu destino e ele não seria o sonhado por seu pai, que queria vê lo no comando das empresas. Aos cinco ano de idade foi a Itália onde, ao ver uma miniatura de uma Ferrari disse que ainda pilotaria um carro da marca.
Escolhendo seu caminho-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
O início de José Carlos Pace no automobilismo coincide com a chegada do kart , entretanto Pace não tem as características ideais para se dar bem com eles. Ele tinha 1,80 m de altura e não era magro.
Por fim Jose Carlos se encontra nos carros de turismo. E aos 19 anos é convidado para fazer um teste por Anisio Campos, que tempos depois se tornaria um dos maiores designers brasileiros. Definitivamente ele se sai muito bem no teste.
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Entretanto isso chega ao conhecimento de Luiz Carlos Grecco que era chefe de equipe da Willys, uma fábrica de automóveis , que depois foi absorvida pela Ford e lhe ofereceu uma vaga. Literalmente era estrear por cima , em um time oficial. Contudo isso gerou muita polêmica e dor de cotovelo.
Contudo José Carlos Pace chegou a esta fase sem nenhum apoio da família, que chegou a tomar um susto quando ouviu seu nome em uma narração de uma prova em Interlagos . O único apoio que tinha além do pessoal envolvido nas corridas era da namorada Elda que escondia as suas tralhas de piloto, apesar de não ser simpática as corridas.
Buscando espaços-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Nas pistas ele passa a usar o apelido de Moco. A princípio há muitas versões sobre a origem deste apelido. Mas a que eu acho mais aceitável é a de se fazer de surdo quando o assunto não está interessando. Sua atitude com relação a ida de um mecânico da Surtees ao querer saber de sua opinião sobre mais uma quebra do carro e receber como resposta o silêncio me dão esta impressão.
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Definitivamente José Carlos Pace se consagrou correndo na categoria turismo. Com Luiz Pereira Bueno foi campeão em 1968, venceu inúmeras provas e ascendeu ao primeiro time de pilotos.
Ele tinha características muito interessantes em um piloto. Era arrojado, tinha um limite alto, não entregava o carro danificado e era difícil de ser acompanhado. Palavras de Luiz Pereira Bueno. Correu também na equipe Dacon.
Entretanto esta fase de nosso automobilismo terminou. Se iniciou o desmonte das equipes oficiais de fábrica e os monopostos entram em cena . Sobretudo os Formula VW . Jose Carlos Pace já era um cara consagrado e se adaptou fácil a novidade. Mas era hora de alçar voos maiores.
Hora de mudança-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Seguindo o caminho aberto por Emerson, José Carlos Pace vende o que tem no Brasil e junto com a namorada resolve ir para a Inglaterra em 1970 . Não foi fácil , mas ele foi campeão. Em 33 largadas , venceu seis, chegou 7 vezes em segundo e bateu seis recordes de volta e foi campeão do Forward Trust e vice no Lombank Trophy, os mais prestigiados .
Desta forma estes resultados chamam a atenção dos chefes de equipe.
O caminho natural para 1971 seria a F2 e Frank Williams estava pronto para assinar com ele.
Porém não havia dinheiro e José Carlos Pace até pensou em parar. Mas quem tem amigos tem tudo e graças a ajuda dos irmãos Abílio e Alcides Diniz que conseguiram que o Banco Português do Brasil o apoiasse. E com isso ele pode seguir sua carreira.
Chamando a atenção-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
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Não foi uma boa temporada, pois os problemas não davam trégua. Uma única vitória fez com que ele conseguisse carimbar seu passaporte rumo a F1. Foi em Imola.
O carro era muito ruim e os resultados obtidos ressaltam as qualidades de José Carlos Pace.
Por fim os convites para 1972 não tardaram a aparecer e parecia que seria um grande ano. Na f1 tinha convites da Williams, da Surtees e da Brabham. Fechou com a Williams.
Enfim Frank Williams era naquela época um cara que lutava com muitas dificuldades para manter seu time. Mas mesmo com tudo isso pesando contra Pace marca pontos em duas oportunidades naquela temporada com um sexto lugar na Espanha e um quinto lugar na Bélgica.
Além disso correu pela UOP Shadow na CAM AM. Foi contratado pela Ferrari para o Mundial de Marcas a partir da etapa de Zeltweg em 72 onde chegou em segundo com Helmut Marko . Foi segundo também nas 24 horas de Le Mans de 1973 . Cumpriu a promessa feita na infância. Na F1 segue de Surtees em 1973
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Caindo Na Real-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Para a temporada seguinte recebeu propostas da Shadow, BRM, Tecno, Surtees e Rondell fora a de inúmeros times do Mundial de marcas , entre eles a Matra, preferiu ter um pouco mais de tempo para retornar ao Brasil com mais frequência se dedicando apenas a F1. Poderia ter sido o primeiro brasileiro a pilotar pela Ferrari na F1 ,pois recebeu uma proposta de Don Enzo. Fechou com a Surtees.
Dessa forma José Carlos Pace ficou duas temporadas na Surtees . Ele sempre foi considerado um bom amigo e uma pessoa de bom trato e fiel, um cara do bem, seguia mais a emoção do que a razão. E veremos que no trato com Surtees isso pode ser considerado um atraso em sua carreira. A equipe era mal gerenciada , o carro quebrava muito . Em 1973 das 15 etapas que compunham o mundial o TS 14 quebrou em 10, sete foram por problemas do carro. Quando a máquina funciona direito ele se garante. Foi quarto na Alemanha e terceiro na Áustria.
Procurando um rumo-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Entretanto para 1974 José Carlos Pace não esmoreceu. Disposto a mudar sua sorte chegou motivado ao Brasil.Mas não se conteve ao ficar a quase 3 segundos da pole em décimo segundo. Por fim isso o faz revelar seus problemas com a equipe e manifestar publicamente sua vontade de deixar o time. Cansado dos maus resultados e do pouco interesse de Surtees em resolvê los ainda em 1974 ele deixa o time.
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Finalmente era a chance que Bernie Ecclestone esperava. Ele resolve os problemas de José Carlos Pace e o contrata para a Brabham. Foram tempos de trabalho e dedicação. Os bons resultados indicaram que estava no caminho certo. Mudou o desenho de seu capacete eliminando a seta apontada para baixo, após sonhar com seu pai .
Contudo para 1975 as perspectivas melhoram e muito e sua vitória no GP Brasil e o aplauso de mais de 100 mil pessoas coroa a trajetória desse lutador. Foi sem dúvida a sua melhor temporada . Foi o sexto colocado no Mundial com 24 pontos .
Plantar para colher-Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
Contudo 1976 indica que a temporada seria de plantar para colher . A Brabham passaria a usar motores Alfa Romeo, que apesar de potentes eram pesados e consumiam muito combustível. Sendo assim isso exigiria de José Carlos Pace competência no trabalho de evolução do carro. Enfim quarto lugar na França e na Alemanha servem de alento. Marcou sete pontos no campeonato.
Por fim , 77 pelo resultado na África do Sul ,não havia dúvidas de que, pelo seu desempenho , José Carlos Pace era um dos favoritos para o título. Finalmente estava no lugar certo e no tempo certo, realizado como profissional . Mas quis o destino que em 18 de março de 1977, houvesse uma forte tempestade e o piloto do monomotor que havia decolado há pouco do Campo de Marte, na capital paulista se chocasse contra as árvores na serra da Cantareira. Além do piloto estavam José Carlos Pace e seu amigo Marivaldo Fernandes .
Um final inesperado Pilotos – José Carlos Pace – Grandes Mestres
A notícia impactou a comunidade da F1 . Caras como Emerson , que ao contrário da rivalidade insinuada pela imprensa , ficou emocionalmente tocado pela perda do amigo. Wilsinho idem. Quando você vê um cara como Bernie , que é um negociantes duro e por vezes dá a impressão de que não tem sentimentos , ficar emocionado pela perda de alguém, você nota o quanto José Carlos Pace era especial para os que os conheceram.
José Carlos Pace também tinha uma certa mágoa com a imprensa, que o considerava o segundo piloto do Brasil.
Uma curiosidade sobre Pace é que ele foi o Duble de Al Pacino no filme Bobby Deerfield.
Em 1985 o Autódromo de Interlagos passou a ter seu nome. Há um busto dele nas instalações do autódromo.
Dessa forma encerramos mais um capítulo da série. José Carlos Pace obteve 1 vitoria, 6 pódios , 5 melhores voltas e 58 pontos em 72 GPS disputados . Espero de coração que tenham gostado.
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