A História dos Grandes Prêmios – França 1951

O Grande Premio da França de 1951 foi a quarta etapa do campeonato. Foi sediado no dia 1º de julho, no circuito de Reims-Guex. A corrida teve 77 voltas e foi vencida por uma dupla de pilotos. Isso mesmo, o passado da F1 nos reserva essas surpresas. Isso porque o carro que chegou em primeiro foi dividido entre dois pilotos durante a prova: Juan Manuel Fangio e Luigi Fagioli. A saber, essa foi a primeira das três corridas em que isso aconteceria.

Luigi Fagioli não tinha estreado na temporada ainda, mas a Alfa Romeo chamou o veterano para correr na França. Assim, a Alfa correu com quatro carros, o de Fagioli mais o dos três titulares. A Ferrari também vinha com uma mudança. O terceiro piloto, Taruffi, estava doente e não poderia correr. Quem ocupou o lugar dele foi o jovem argentino José Frolán González. Peter Whitehead e Reg Parnell também se inscreveram para correr com suas Ferraris privadas.

A Maserati tinha três carros no grid. Emmanuel de Graffenried e Harry Schell correram com seus monopostos privados produzidos pela marca italiana. Já a Scuderia Milano, equipada com motores Maserati, tinha um único piloto, Onofre Marimón. Esse GP também contou com outra equipe francesa, da casa, além da tradicional Talbot-Lago. Era a Simca Gordini, com quatro carros. Três pilotos eram já titulares e o outro era estreante. Um estreante que era “filho do chefe”, Aldo Gordini, herdeiro do fundador da equipe Amédeé Gordini. O grid de largada continha 21 carros.

Fangio novamente voou com sua Alfa Romeo e fez a pole, com o tempo de 2min25s7 pelas estradas da França. Ao lado dele, quase dois segundos mais lento na classificação, estava Farina. Em terceiro lugar, Ascari, 3 segundos mais lento. Villoresi, Sanesi, González e Fagioli, nessa ordem, completavam os sete primeiros.

Aparentemente, o argentino não tinha chances…

Na largada, Fangio pulou na frente e se livrou de qualquer confusão. O companheiro dele, Farina, largou mal, girou as rodas em falso e perdeu muitas posições. A Ferrari, lutando para derrotar o domínio da Alfa Romeo, deu o troco. No final da primeira volta Ascari passou Fangio. Na verdade,nas três primeiras voltas o foco ficou nos abandonos, todos por problemas no motor. Na primeira volta, Whitehead e de Graffenried encostaram. Na segunda, foi a vez de Marimón. Por fim, na terceira, Robert Manzon, da Simca, deixou a prova.

Na volta 4 Sanesi começa a ter problemas, perde ritmo e cai para 8º. Enquanto isso, Farina passa González, mas ainda tinha um enorme caminho até chegar nos três primeiros. Contudo, logo o jogo lá na frente mudaria de novo. Ascari começa a perder o ritmo na volta 9, também com problemas. Ele perde a posição para Fangio e na volta seguinte já cai para quinto, tendo que parar nos boxes. Por coincidencia, Fangio também começa a ter problemas e tem que parar. Os mecânicos checaram o problema, mandaram-no de volta para a pista, mas logo ele é chamado de novo. Quando volta, já está sem a menor condição de render na prova.

O auge da ordem de equipe

Com isso, Farina assume a liderança e chega a colocar quase um minuto em cima do segundo colocado, Villoresi. Nesse meio tempo, o veterano Fagioli estava em terceiro, tendo acabado de passar por González. Quando o italiano parou nos boxes, recebeu uma notícia nada agradável. A equipe ordenou que ele descesse do carro, dando o volante para Fangio. Ele ficou muito furioso com isso, mas acabou cedendo. Dessa forma, Fagioli teve que esperar que consertassem o carro que era de Fangio. Quando ele voltou para a pista, tinha tomado nove voltas do líder e estava em último. Agora ele é que não estava em menor condição de render na prova.

Farina ainda estava confortavelmente na liderança, tendo feito até um pit stop. Logo um movimento semelhante ao da Alfa acontece no box da Ferrari. González parou nos boxes e teve que ceder o volante para Ascari. O argentino, ao contrário de Fagioli, não estava em condições de ficar com raiva. De posse do carro de Fagioli, Fangio começou a voar na pista, emendando volta rápida atras de volta rápida. Não demorou para que ele fizesse a melhor da prova, na volta 32, com 2min27s8.

Contudo, ao parar, Fangio demorou demais, perdendo segundos valiosos na perseguição a Farina. Porém, esse contra tempo não teve efeito, já que a parada de Farina foi muito mais desastrosa. O época campeão mundial estourou seu pneu dianteiro esquerdo, e teve que levar seu carro devagar e com cuidado para os boxes. Chegando lá, não conseguiu parar na marca e quase atropelou os mecânicos. Quando finalmente conseguiu voltar, já tinha sido ultrapassado.

Ascari estava liderando pela segunda vez na prova. Se ele conseguisse manter a situação como estava, a Ferrari teria sua primeira vitória na temporada. Contudo, ele foi chamado de volta aos boxes. Assim, Fangio, com um ritmo muito forte, passou e daí ganhou a prova com relativa facilidade.

Resultado do Grande Prêmio da França de 1951

No pódio, Fangio dividiu o degrau mais alto com Fagioli. Curiosamente, Fagioli chegou em último, mas subiu no pódio pelo seu trabalho na primeira parte da prova. Ambos ganharam os pontos da vitória, mas Fangio ganhou mais um pela volta mais rápida. Ascari e González dividiram o segundo lugar. Villoresi chegou em terceiro. Parnell conseguiu um sólido quarto lugar e Ascari ficou com um sofrido quinto.

Dessa forma, Fangio assumia a liderança do campeonato com 15 pontos. Farina vinha em segundo com 14 e Ascari em terceiro, com 9.

Reprodução formula1.com

 

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