Jo Bonnier

É irônico que alguém tão comprometido com a promoção da segurança no esporte tenha morrido a meio do que provavelmente seria a última temporada de sua longa carreira. Jo Bonnier, vencedor de um Grande Prémio, foi o influente Presidente da Associação de Pilotos de Grandes Prémios que fez campanhas incansáveis ​​para melhorar os circuitos.

Ele competiu num rally em 1948, mas três anos na marinha sueca atrasaram suas ambições de pilotos de corridas. Bonnier dirigiu um Alfa Romeo em corridas de gelo e em rallys depois de completar seu serviço nacional e tornou-se profissional em 1956. Isso foi em um carro esportivo Maserati de 1500cc antes de fazer sua estréia no GP, ao aliviar Luigi Villoresi no GP italiano a bordo de uma 250F.

Dois anos em um Maserati 250F privado culminaram com um par de corridas para a então muito mal-falada BRM no final de 1958. Quarto no GP marroquino, ele permaneceu com o time pelas próximas duas temporadas e a combinação do piloto suéco com a equipe mal-sucedida virou ouro em uma única ocasião. Bonnier se classificou para o GP holandês de 1959 na pole position e venceu Jack Brabham para marcar a primeira vitória em GP do piloto e da marca.

Bonnier liderou grande parte do GP da Argentina no início de 1960, mas não conseguiu repetir o triunfo novamente. Mais sucesso foi vivenciado em outras formas do esporte quando se tornou um piloto da equipe de fábrica da Porsche. Ele venceu as corridas de Fórmula 2 no Nürburgring (GP da Alemanha) e Modena, assim como a Targa Florio em 1960. Isso levou as próximas temporadas de F1 a serem disputadas com a Porsche, mas um quinto foi seu melhor resultado, já que ele geralmente não conseguia fazer frente a seu ´parceiro de equipe Dan Gurney. Stirling Moss apontou-o como um possível favorito para o Mundial de 1961, mas a longa carreira de Bonnier na F1 estava num declínio gradual.

A Porsche se retirou da F1 no final de 1962, mas Bonnier continuou. Isso foi inicialmente com parte dos esforços da lendária equipe privada de Rob Walker (1963 a 1965) quando o talento emergente de Jo Siffert pôs em cheque as capacidades do piloto suéco. Assim, Bonnier investiu num time próprio. Os resultados tangíveis eram limitados e muito de seu imenso esforço para a temporada de 1969 se perdeu quando ele bateu durante os treinos para a Oulton Park Gold Cup. A suspensão de Bonnier falhou a cerca a quase 200Km/h e ele ficou inconsciente quando seu capacete foi arrancado no violento acidente que se seguiu. Quando finalmente anunciou sua retirada da F1 em 1971, Bonnier pendurou seu último carro (um McLaren M7C-Ford) na parede de sua casa na Suíça.

Se os resultados da F1 fossem difíceis de se obter, ele foi cada vez mais bem sucedido nos enduros de carros-esporte durante a década de 1960. Ele venceu o Sebring 12 Hours de 1962 para a Ferrari antes de adicionar outra vitória de Targa Florio com o famoso RS62 da Porsche um ano depois. Ele dividiu uma Ferra da Maranello Concessionaires com Graham Hill em alguns eventos selecionados de carro esportivos em 1964 – terminando em segundo em Le Mans e vencendo tanto em Reims quanto os 1000Kms de Paris, em Montlhéry.

Os 1000Kms de Nürburgring de 1966 foram a última vitória de Bonnier no Campeonato Mundial de Carros Esporte e o primeiro sucesso europeu do Chaparral. Sua Lola T210-Ford venceu o Campeonato Europeu de Carros Esporte com até 2000cc em 1970 e representou tanto a Lola quanto a Hewland na Europa ao lado de sua carreira de piloto.

A Lola T290-Cosworth de Bonnier liderava as 24 Horas de Le Mans de 1972 no início da corrida. Ele caiu para o oitavo pela manhã quando colidiu com uma Ferrari Daytona mais lenta ao se aproximar da Curva Indianapolis. Rodopiando de forma selvagem, o carro do grande piloto suéco foi lançado contra as árvores e num instante, a vida deste famoso veterano, influente e opinativo quanto às questões da segurança e uma inspiração para o levante de Jackie Stewart em prol de uma profunda mudança na mentalidade do esporte, foi arrancada de nós.

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